Escrito por Leandra Feliz Santos
Muito se vê atualmente a propagação de dietas milagrosas que prometem emagrecer você em uma semana ou um mês, blogueiras e influencers são as que mais emancipam esse nicho. Mas, você já se perguntou porquê algumas pessoas vêem resultados nessas dietas e outras não? Ou o motivo daquela famosa frase “tentei o método da fulana, não me senti nada bem, mas ela disse que pra ela funcionou demais”? Aqui nesse post você vai entender de uma vez por todas a relação dos nossos genes e a nossa alimentação e ser esclarecido do porquê não existe dieta perfeita.
Atualmente acredita-se que a Nutrição surgiu a partir da Revolução Química, visto que não foi descoberta nenhuma pesquisa científica antes disso. Até 1885, os estudos europeus abordavam a alimentação mais como uma necessidade energética e proteica, até que começaram a ser entendidas as necessidades nutricionais das pessoas.
O Projeto Genoma Humano foi um passo fundamental para o estudo da relação gene-ambiente e, consequentemente, da relação gene-alimentação, visto que esta é um importante fator ambiental ao qual somos constantemente expostos, podendo vir a acarretar doenças ou não, dependendo dos Polimorfismos.
Polimorfismos, de maneira geral, são as diferenças genéticas que nos fazem ter respostas distintas às diferentes exposições. De acordo com Mead (2007), foram identificados um número acima de 500.000 polimorfismos por indivíduo.
A expressão gênica pode ser modulada a partir de mecanismos epigenéticos (interação gene-ambiente), porque esses moldam estruturalmente a cromatina, por meio da metilação do DNA, por exemplo. Esse mecanismo é dependente de nutrientes advindos da dieta (entende-se “dieta” como sua alimentação diária), como vitamina B6, B12 e B2. Caso haja pouca ou muita metilação do DNA, diversas doenças como câncer e outras doenças crônicas podem vir a aparecer.
Agora imaginemos a seguinte situação: Você entrou no Instagram de Fulana, magra, blogueira, e viu uma dieta baseada em jejum intermitente, feita sem nenhum acompanhamento nutricional, e decide segui-la. Você irá deixar de comer diversos produtos que lhe proporcionavam essas vitaminas do complexo B, logo, sua metilação genética vai estar comprometida, acarretando, posteriormente, uma doença cardiovascular.
Imaginando uma outra situação paralela: Você viu o Instagram da mesma Fulana, magra, blogueira, seguindo um determinado regime alimentar, relatando se sentir super bem e vendo resultados, e você decide seguir também. O problema é que após alguns dias você sente mal-estar, indigestão e outras situações. Você começa a pensar: mas com Fulana deu certo, porquê comigo não deu? A resposta é bem simples: você não é Fulana! Sua resposta genética à tal alimentação é completamente diferente e por isso o acompanhamento nutricional exclusivo é importante.
É nesse campo que surge a importância de entender o conceito de Nutrigenética e Nutrigenômica, sendo que a primeira é responsável por estudar os efeitos das diferentes respostas fenotípicas em relação a uma determinada dieta e a segunda é capaz de explicar a interação específica dos genes com os nutrientes em si.
De forma geral, então, não existe dieta nem uma forma de comer certa para emagrecer que sirva para todas as pessoas, porque somos geneticamente distintos e produzimos respostas distintas. Acompanhamento nutricional é e sempre será a melhor forma de adquirir saúde e o corpo desejado.
FUJII, T. M. M.; MEDEIROS, R.; YAMADA, R. Nutrigenomics and nutrigenetics: important concepts for the nutrition science. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr. = J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP, v. 35, n. 1, p. 149-166, abr. 2010
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